domingo, março 07, 2010

Amazónia #02

A expedição do Grupo do Risco à Amazónia teve direito a mais um artigo de imprensa, desta vez no jornal i de ontem (sábado, 06/03).
Aqui fica o link e mais dois dos desenhos do meu caderno "sério".





Capim
Esta é uma das gramínias que crecem na água ao redor de todas as márgens.
Em vista aérea, na Amazónia as zonas verdes escura correspondem à terra -
coberta de floresta - e os rebordos verde claros correspondem ao capim.


E já agora aproveito para explicar a dinâmica dos meus 3 cadernos amazónicos.

O meu caderno "sério" foi aquele que comprei de propósito para desenhar na expedição. De dimensões gererosas (megalómanas, na verdade...) para trabalhar à vontade, com papel suficientemente bom para trabalhar algumas aguarelas, e uma capa dura em marmoreado verde.
Acabei por perceber que aquele não era o suporte ideal para o ritmo daquela expedição. Chegávamos a fazer 4 passeios de canoa por dia, com pouco tempo de paragem. Sendo assim as oportunidades de desenhar exigiam uma abordagem muito rápida. E a extração de um caderno de cerca de 27x26 cm de dentro da mochila e de um saco impermeável (protecção contra os aguaceiros tropicais), revelou-se pouco prática.

Foi então que mudei de estratégia. Peguei num caderninho pequeno e portátil com folhas ridiculamente finas, que eu levara apenas para anotações escritas e apontamentos não-amazónicos, e enfiei-o no bolso da perna das calças, pronto a sair a alta velocidade sempre que eu visse um passaroco ou uma árvore simpática. No mesmo bolso meti o water brush carregado com tinta-da-china e uma lapiseira com uma grafite 6B.
E eis que inaugurei o meu "caderno de combate nº1". A maior parte é só rabiscada rápida e pouco digna de nota. Mas ainda que não tenha os melhores trabalhos de "encher o olho", revelou-se bastante bom para registar informação e cimentar memórias sobre o que eu ia vendo.

Fui alternado de caderno consoante a situação:
- o "caderno sério", para os desenhos mais trabalhados e feitos com mais cautela, à mesa, na sala-de-jantar ou no deck do barco Dorinha;
- e o "caderno de combate", para os passeios de canoa e caminhadas na floresta, esborrachado no bolso, humedicido da chuva, mas sempre pronto para qualquer esboço.

Ao fim de alguns dias o "caderno de combate nº1" chegou ao fim e, à falta de substituto equivalente, acabei por improvisar o "caderno de combate nº2" com o material disponível:
- um molho de folhas de papel acetinado, dobradas ao meio, fizeram o miolo;
- duas folhas de papel cinzento (para trabalhos de lápis de cor), unidas com fita-cola, fizeram a capa;
- e fio-dental a atar tudo aquilo, serviu como encadernação. :)

Este ainda teve lugar para alguns rabiscos urbanos no regresso via Brasília.


Moral da história: por muito que se pense no material ideal antecipadamente (e eu pensei q.b.) há sempre necessidade de adaptar qualquer coisa às condições do local.

Neste post mostro duas aguarelas feitas no "caderno sério".

Bromélias
Estas plantas epífitas (ou seja, que crescem sobre as árvores)
foram levadas para o barco para as podermos desenhar tranquilamente.
Prescidi de um dos passeios exploratórios para conseguir ter tempo para ilustrá-las.
E por isso acabei por perder uma encontro uma família de lontras...
É este o resultado de gostar de plantinhas...

Desenho de modelo #44

Museu da música


Apontamentos sobre alguns instrumentos que estão expostos no Museu da Música (na estação de metro do Alto dos Moínhos).
Fiquei especialmente curiosa pelos instrumentos chineses... Mas é pena só se poder olhar; gostava de saber a que é que soam.

sexta-feira, março 05, 2010

V Encontro Urban Sketchers


No sábado passado participei pela primeira vez num encontro de diários gráficos dos Urbansketchers.
O tema do dia era o Elevador de Santa Justa, mas a chuva e a constipação obrigaram-me a refugiar-me debaixo do telheiro da estação de comboios do Rossio, onde há uma bonita vista do castelo e da Baixa.