quinta-feira, março 29, 2007

Paciência de chinês

Este é o relato da minha aventura com a caligrafia chinesa.


Foi-me pedido que pintasse uma faixa comemorativa com caracteres chineses, para oferecer ao mestre do meu professor de tai chi e kung fu. Fiquei um bocado intimidada com a exigência que este trabalho iria ter, mas com o incentivo da Marina e do Filipe, lá decidi aceitar o desafio.

Na manhã de sexta feira passada fui comprar o material. Precisava de um papel com, pelo menos, 1,5m de comprimento, e de preferência papel de arroz. Com sorte lá achei papel de arroz em rolo.

Na manhã de sábado estive a preparar o meu estirador e a experimentar trabalhar sobre o papel de arroz pela primeira vez. À noite fui buscar um livro emprestado para aprender a sequência dos traços em que cada caracter é desenhado.


Domingo de manhã foi a altura de visitar a Maria, que me deu uma lição preciosa sobre a maneira de usar o pincel. Cada ponto ou traço (horizontal, vertical, obliquo ou curvo) tem muita ciência e, para se conseguir a forma correcta é preciso combinar a quantidade certa de tinta no pincel, a pressão e a velocidade variáveis, e a direcção em que o pincel é pousado, puxado e levantado.

Domingo de tarde estive a treinar de acordo com os ensinamentos da Maria. A determinada altura, o pincel começou a fazer o que eu mandava. :)


Segunda feira de manhã estive a praticar os caracteres que precisava de desenhar. Usei umas folhas com quadrícula que a Maria me deu e que são usadas na China na escola primária.


Terça feira de manhã foi a altura de pôr à prova o que eu tinha aprendido. Pratiquei mais um pouco sobre o papel de arroz e quando me senti segura com o resultado ataquei a faixa com a pintura final.


Ontem de manhã, quarta feira, fiz os acabamentos: a montagem da faixa numas canas e a aplicação de um carimbo vermelho da associação de artes marciais, à maneira dos selos que os chineses aplicam.

Hoje, quinta feira, tenho um seminário de kung fu com o mestre chinês e vamos oferecer-lhe a faixa. Esperemos que ele goste!

Esta foi uma experiência muito interessante pela quantidade de informação que reuni de várias fontes em pouquíssimo tempo e por haver um círculo de pessoas envolvidas e entusiasmadas com este projecto. Obrigado Pedro, Marina, Marisa, Maria, Fátima, Teresa, Filipe e António por todo o apoio.

Se alguém estiverer interessado em caligrafia chinesa escrevam-me e posso sugerir materiais e livros.
Para os curiosos pelas artes marciais, deixo aqui o endereço da associação de que sou sócia:
http://www.ymaaportugal.com/ .

quarta-feira, março 21, 2007

Cardo


Este é um cardo que encontrei perto de casa a assinalar a chegada da primavera.
Ao longo de uma semana fui trabalhando neste desenho a lápis de cor aos bocadinhos, tendo totalizado 6h30 de trabalho. Os lápis de cor permitem um trabalho muito mais rápido do que a aguarela e levantam menos problemas técnicos.

terça-feira, março 13, 2007

Nocturnus

Esta é a capa de um livro escrito por um amigo. Fiz a ilustração em scratchboard.
Aqui fica o site onde podem conhecer um pouco do universo deste romance. http://nocturnus.com.sapo.pt/

segunda-feira, março 05, 2007

Líquenes e briófitos dos carvalhais

Estas são três ilustração que em breve irão ser publicadas num guia de campo sobre líquenes e briófitos dos carvalhais.


Líquene: Parmelia.

Musgo: Funaria hygrometrica.


Hepática: Frullania.

Rola da avó


Este é um desenho antigo que fiz com lápiz de cor quando tinha 16 anos. É a rola da minha avó.

Ainda a Casuarina, mas agora em aguada


Esta é mais uma versão do fruto da árvore do género Casuarina, desta vez uma aguada de tinta da china.

A técnica trabalha-se de forma semelhante à aguarela, mas com a vantagem de resistir a mais sobreposições de camadas. Ao contrário da aguarela, cujo pigmento fica depositado à superfície do papel, a aguada de tinta da china parece entrar mais profundamente no papel. O problema da aguarela é que quando se está a dar, por hipótese, uma sétima camada numa área seca e já muito trabalhada, a tendência é o pigmento previamente depositado começar a levantar; assim, a determinada altura começa-se a destruir uma ilustração em vez de a melhorar!

Outro factor muito importante quando se pretende fazer uma ilustração com muitas camadas é a qualidade do papel. Nesta ilustração usei, pela primeira vez o papel Arches Cold Pressed 100% Algodão de 300g. É de longe o melhor que usei até hoje! Custa pagá-lo, mas vale a pena porque, ao contrário dos outros que usei, mesmo com muitas passagens de pincel as fibras da superfície do papel mantêm-se praticamente inalteradas e não esfarelam nem prejudicam o efeito das últimas aplicações de aguadas.

quinta-feira, março 01, 2007

Desenho de modelo #1

Ontem fui a uma sessão de desenho de modelo e estes são 2 dos 6 desenhos que fiz. Um foi feito com marcador futura diluído com água; o outro foi feito com lápis de sanguínea.

Se alguém estiver interessado em ir a alguma sessão (em Alvalade) , escreva-me que eu explico os detalhes.