sábado, abril 21, 2012

Esteva

Que era um macho de hamster chinês, dizia a senhora da loja... Mas afinal é uma rapariga e a mim parece-me siberiana.

A Esteva é a nossa bichinha bonita e simpática. Adora cenouras e sementes de girassol e gosta de explorar o interior das nossas mangas. Recuperou milagrosamente de uma fratura na bacia e dá-nos beijinhos por cuidarmos dela.


Como desenhar um bicharoco irrequieto e que passa pouco tempo acordado, como a Esteva?

O desenho acima foi feito usando uma batota. Dei à Esteva pevides de courgette gigante (iguais às das abóboras). Como lhe dão bastante trabalho a descascar, ela fica quieta durante mais tempo do que é habitual e pude desenhá-la com mais calma, em duas sessões.

Quanto aos desenhos abaixo, foram sendo feitos em várias sessões, consoante a oportunidade de ver a "modelo". Durante uma semana mantive um caderno A4 aberto ao pé da gaiola dela, junto com três lápis de cor. Quando ela saia da toca para se alimentar, limpar o pêlo, correr, arrumar as sementes e "conversar" connosco, eu tentava esboçar cada postura. Fui coleccionando diversos desenhos inacabados em três páginas. Quando ela voltava a aparecer retomava a sua rotina e as mesmas posturas que eu já tinha começado a tentar capturar. Fui então completando esses esboços, afinando as proporções e os detalhes até conseguir desenhos um pouco mais completos. Quando mais eu desenhava a Esteva, melhor a percebia e melhor resultavam os desenhos.




Tem sido um belo exercício de paciência, observar e desenhar a Esteva!

Uma grande ajuda foi ter perquisado sobre o esqueleto dos hamsters. Sabendo que tipo de anatomia está por baixo da pele, um animal como este deixa de se visualizado como uma simples bolinha peluda.  Passa a ser compreendido como uma estrutura biomecânica que pode assumir várias configurações.




A quem gosta de desenhar animais mas se queixa de eles não pararem quietos, recomendo preserverança. Os primeiros desenhos provavelmente vão sair "falhados" mas vão ser cruciais para ganhar conhecimento sobre o modelo. Quem desanima e desiste nesta fase nunca será capaz de desenhar bicharada. Há que insistir, repetir, fazer vários desenhos ao mesmo tempo e retomá-los à medida que os bichos vão retomando as posições, procurar conhecer a anatomia, ver mais de perto, corrigir, refinar... Todo isto, com interesse genuíno na compreenção do animal e sem expectativas de produzir uma "obra de arte". 


Obrigado ao António por me oferecer esta prendinha tão boa. 
Obrigado ao Filipe Martinho por ser o nosso médico veterinário, especialista em exóticos.


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