segunda-feira, novembro 23, 2009

António - aguarela de grafite sobre papel de bambu


Este retrato foi feito com grafite 2B aguarelável da Derwent e aguarela de grafite ArtGraf da Viarco sobre papel Hahnemüle Bamboo (90% fibra de bambu, 10% algodão).
É um papel muito bom para aguarela e não só, e tem boa resistência à ensopadela. O que significa que é muito estável e que permite muitas pinceladas em sobreposição sem esfarelar.
(À venda em Lisboa no El Corte Inglês e Varela da Av. de Madrid).

Obrigado ao meu paciente modelo por posar para mim sempre com boa disposição. E obrigado à Marisa por ter patrocinado os materiais. ;)

5 comentários:

Cate disse...

Que fabuloso retrato!

Catarina Garcia disse...

Lá em Turim (erasmus) só usavam papel dessa marca para fazer gravura, não aceitavam mesmo mais nenhum. É realmente bastante bom!

Fuzhong! disse...

Sara, ilumina-me com a tua sabedoria: os meus desenhos com grafite aguarelável nunca ficam nada de jeito! :(

velhadaldeia disse...

Olá, Filipe!
De facto estes materiais não são nada fáceis de usar...
Acho que duas coisas foram determinantes para que este desenho corresse bem: a qualidade do papel; e a aplicação leve das aguadas de grafite. Fiz uma aplicação progressiva dos cinzas com aguadas muito diluídas.
Nos desenhos que tinha feito antes com a aguarela da Viarco usei muita matéria e o desenho ficou muito empastado. (Como nesta abóbora feiota: http://velhadaldeia.blogspot.com/2008/12/abbora.html O papel que usei era muito bera e a grafite andava a patinar para lá e para cá cada vez que eu sobrepunha mais uma camada, em vez de fixar.)
Suponho que é uma técnica mais vocacionada para gamas de cinzas mais claros. Quando progredimos para os escuros a coisa torna-se mais difícil de dominar.
Recomendo a Artgraf para experiências, desenhos relativamente rápidos e descomprometidos e em que o rigor não seja crucial. A piada da técnica também está no inesperado do resultado das manchas.
Mas para artes-finais não me parece boa escolha. Para isso, nada como fazer uma aguada de tinta-da-china, em que conseguimos controlar toda a gama dos cinzentos. (Como nesta pinha: http://velhadaldeia.blogspot.com/2007/03/ainda-casuarina-mas-agora-em-aguada.html )
As aguadas de tinta-da-china têm mais aderência ao papel do que a aguarela. A aguarela, desde que trabalhada num papel que não esfarele, pode ser ligeiramente aclarada nalgumas zonas se for esfregada com o pincel molhado em água limpa. Já a aguada de tinta-da-china, quando agarra ao papel é para sempre. :) Nada de correcções. Tem de ser um trabalho mais ponderado e progressivo.

Espero que estas conclusões que fui tirando dos meus disparates te ajudem. ;)

Fuzhong! disse...

Muito obrigado! Continua a presentear-nos com os teus "disparates" que nós agradecemos!

:)