Abóbora

Esta abóbora foi pintada com aguarela de grafite ArtGraf da Viarco.

"Conteúdo reprovável" #23

Caríssimos visitantes:

O meu blog foi recentemente reportado como possuidor de "conteúdo reprovável".

Aparentemente, qualquer leitor que fique sensibilizado negativamente com o conteúdo pode carregar num botão com uma bandeirinha na parte de cima do blog e ele passa a ter a mensagem de abertura que vocês leram antes de chegar aqui. O mesmo pode acontecer por engano ou equivoco...

Estou irritada porque além de ter ganho uma antecâmara que espanta visitantes, o blog também fica com limitações em pesquisas em motores de busca associados ao google.

E estou incrédula com o facto de o meu desenho naturalista poder chocar alguém. A mim interessa-me compreender como as coisas estão montadas na natureza, sejam as escamas de uma lagartixa, a estrutura de uma cápsula de sementes ou o corpo humano.

Mas ao mesmo tempo até estou divertida com o inesperado da situação. Será este o ponto de viragem da minha vida? Será o meu futuro a produção de "conteudo reprovável"? :p

Vou tentar escrever para o blogger a ver se consigo que removam a página de aviso mas cheira-me que o esforço será em vão, dado que o blogger é um serviço americano e esses senhores aparentemente não gostam de lidar com a nudez. No pior dos cenários irei transferir o blog para a concorrência, que é coisa que não me apetece. Mas uma coisa é certa: enquanto eu fizer desenhos de modelo nú com qualidade para mostrar, cá os postarei.

Mas vamos ao que interessa. A "produção reprovável" desta semana foi feita com um waterbrush cheio com aguada clara de tinta-da-china (para os contornos) e com aguarela de grafite Artgraf (para as manchas). Esta técnica dá mais luta que as minhas aguadas pré-preparadas das semanas anteriores: leva mais tempo e não faz o que se lhe manda. Em casa tive de dar um toques finais nos desenhos para parecerem mais acabados. Suponho que com um bocadinho mais de treino talvez eu consiga aprender alguns truques para controlar melhor as variações dos cinzas. É que a grafite dificilmente se espanha de uma maneira uniforme e controlável, por isso fica fora de questão fazer artes-finais nesta técnica. Mas as texturas que se criam sobre o papel molhado são muito bonitas e vale a pena explorá-las em estudos mais descontraídos.

Outra bolota

Esta é uma pequeníssima experiência feita com as prendinhas da minha amiga Marisa: um aparo Perry & Cº 120, aguarela de grafite ArtGraf da Viarco e um caderninho liso Serrote (todas à venda na Vida Portuguesa no Chiado).

Foi curioso testar pela primeira vez a ArtGraf. Ao contrário das aguadas de tinta-da-china, cujo pigmento se entranha no papel e já não se consegue retirar com novas pinceladas molhadas, as particulas de grafite ficam à superfície e podem ser arrastadas de um lado para o outro, o que que tem a vantagem de permitir correcções.

Desenho de modelo #22

Cabrinha transmontana #1

Desenho de modelo #21

António

Este é um desenho feito com dois waterbrushes: um fino cheio com tinta-da-china pura e um grosso cheio com uma aguada. Os cinzas escuros foram zonas muito molhadas com a aguada e manchadas com a tinta pura.

Segunda edição de Uma mão cheia de amoras

O meu livrinho já tem uma nova edição de 50 exemplares. Desta vez conseguimos uma produção menos dispendiosa e por isso o preço de cada exemplar baixou bastante. Agora o preço é de 7,50 para venda directa.
Aqui fica esta ideia para uma prenda de Natal.

Desenho de modelo #20

Estes são os meus últimos desenhos com aguada.

Infelizmente o meu scanner não apanha os cinzas mais claros. Estou a pensar comprar um novo, provavelmente A3. Se alguém me quiser recomendar algum modelo, agradeço.


Como já fiz algumas descobertas até chegar aqui, deixo alguns comentários que podem ser úteis a alguém que pretenda fazer algo semelhante.


O desenho.
Antes de retomar a técnica da aguada fiz uma série de sessões de desenho de modelo a lápis (Graphitint), para ganhar mais prática na avaliação das proporções. O desenho a lápis dá a oportunidade de ir fazendo ajustes e correcções através da sobreposição de linhas cada vez mais precisas, marcadas, decididas. Agora que já me sinto mais à vontade e que já não faço tantos erros de desproporção (cabeças grandes, ombros largos, pernas curtas), voltei à aguada, que não dá margem para grandes arrependimentos.

Economia de tempo.
Estou a fazer desenhos a partir de poses que duram 15 a 20 minutos e nesse tempo tento desenhar todo o corpo sem muito pormenor (estou a trabalhar em A3) e com um apontamento de volumetria e iluminação.
Para conseguir fazer isto no escasso tempo disponível é fundamental que o material ajude e que não empate. Trabalhar com água implica menos tempo a olhar para o modelo (análise) e mais tempo a lidar com o material (misturar tintas, escorrer ou limpar o pincel) e a sintetizar o que se observa. Com o lápis o desenho seria muito mais imediato.
Aqui o meu truque é ter as aguadas prontas a usar, preparadas previamente com o grau de diluição adequado a cada utilização.

Material.
- papel A3 (Bloc para Acuarela Studio de Gvarro), que parece ter cerca de 200g e tem textura fina.
- waterbrush grosso cheio com aguada cinza clara (para desenho de contornos);
- waterbrush grosso cheio com aguada cinza escura (para acabamento de pormenores mais escuros);
- waterbrush fino cheio com tinta-da-china pura (para cabelos ou outros detalhes escuros);
- frasco com aguada cinza clara azulada (foi uma mistura acidental com ecoline azul e que se revelou interessante);
- frasco com aguada cinza média (mais escura);
- frasco com água limpa;
- pincel sintético nº 12 para áreas maiores;
- pincel sintético nº 7 para áreas menores;
- papel absorvente (para limpar e retirar o excesso de água do pincel).

Técnica.
Este é um método de base a que posso fazer ajustes.
1. Contorno.
Começo por desenhar o contorno da figura com o waterbrush cheio com aguada cinza clara.
2. Primeira mancha.
A seguir passo às manchas mais claras e que vão servir de tom de base para quase todo o corpo. Para isto começo por contornar as zonas muito iluminadas com pinceladas de água limpa, às quais ligo uma aguada cinza clara azulada. As pinceladas de água limpa fundem-se com as pinceladas da aguada, criando gradientes do cinza para o branco.
3. Modelação de volumes e sombras.
Depois de ter a camada de base seca, aplico a aguada cinza média, mais escura que a anterior. Para conseguir gradientes vou fundindo a aguada com pinceladas de água limpa.
4. Sombras mais escuras.
Nas zonas mais escuras como as axilas, a púbis e partes entre os dedos das mãos e dos pés, uso o water brush com a aguada cinza escura, que me permite escurecer e trabalhar pormenores.
5. O cabelo.
O cabelo da nossa modelo é escuro, por isso tenho-o trabalhado de forma rápida aplicando a aguada cinza mais escura à qual sobreponho imediatamente uma série de pinceladas pretas (waterbrush fino com tinta-da-china). Como a base está muito molhada o preto espalha-se e cria gradientes.

Passageiros do comboio

Comprei um waterbrush fininho e enchi-o com tinta-da-china. Assim posso fazer desenhos a pincel em qualquer lado e em bloquinhos pequenos.

Desenho de modelo #19

Ando a lutar novamente com as aguadas. Não é fácil observar o modelo e domar a água em 15 minutos mas é isso que vou tentar fazer nas próximas sessões.

Desenho de modelo #18

Douro Internacional - Castro de Cigaduenha (Picote)

Estou de volta de mais uma estadia no Parque Natural do Douro Internacional para desenhar a flora, a fauna e as paisagens.

Outra vez a caminho do Douro

Estou a caminho do Douro Internacional mais uma vez e em breve terei aqui novidades outonais.

Desenho de modelo #17

Karela

Este é um fruto que encontrei à venda numa loja de comida oriental no Martim Moniz. Parece que é amargo e que é usado no caril. Eu comprei-o para desenhar, mas pode ser que ele ainda vá parar ao tacho.

Desenho de modelo #16

Desenho de modelo #15

Nocturnus - Ascensão de Arcana

Acabo de terminar a ilustração para a capa do segundo tomo da trilogia Nocturnus, escrita pelo meu amigo Rafael Loureiro. Vai estar disponível para venda no final do mês de Outubro e vai ser vendido também no Festival de BD da Amadora.

A ilustração foi feita em scratchboard. Abaixo estão três fases do processo:

1. Preenchimento das grande manchas negras a tinta-da-china;

2. Trabalho de linha e textura feito com pincel 000;

3. Trabalho de raspagem com x-acto.

A seguir ainda fiz as últimas afinações, digitalizei e editei o contraste das linhas.

Desenho a lápis de pastel

Estou a experimentar desenhar em escalas maiores do que é costume e por isso aqui usei lápis grossos, que enchem mais o desenho.

Bagas num ramo seco

Borboleta

A lagarta que se convertera em pupa é agora uma borboleta.

Desenho de modelo #14

Encontro de Ilustração em S. João da Madeira

Relativamente ao Encontro de Ilustração em que vou participar e de que tenho vindo a falar em posts anteriores, aqui fica a transcrição do texto de apresentação que está a ser divulgado pela organização.


(...) a Junta de Freguesia de S. João da Madeira irá promover nos dias 2, 3 e 4 de Outubro de 2008 nesta mesma cidade, (...) I.º Encontro Nacional de Ilustração no Feminino.
Trata-se de um acontecimento pioneiro no seu género, que reúne 33 ilustradoras de várias gerações. A cada uma destas artistas foi pedido ilustrar em três pranchas um conto tradicional russo "A minha mãe é a mulher mais bela do mundo". Assim, obtivemos uma centena de obras de grande beleza e originalidade, ilustrando 33 prismas de um mesmo texto, 33 interpretações artísticas e visões originais de uma grande qualidade.
Estas obras constituem uma exposição que circulará pelo país nas BM e nas instituições culturais que a pretenderão acolher.
Uma agenda-catálogo pensada ao longo de 15 meses, isto é, de Outubro 2008 a fim de Dezembro 2009 será publicada.
Paralelamente, as ilustradoras que o pretenderem terão a oportunidade de apresentar ao público obras pessoais patentes numa exposição paralela ao evento.
Como o encontro está previsto para os fins de tarde de 5.ª e 6.ª-feira e todo o dia de sábado de modo a facilitar a presença do maior número de participantes – docentes e outros, algumas ilustradoras predispuseram-se a animar oficinas de ilustração nas escolas de todos os graus de ensino da cidade.
O público em geral terá igualmente a possibilidade de participar em visitas culturais de interesse.
Como facilmente se poderá constatar pela leitura do programa, para além de conferências – todas elas ilustradas em power point – haverá ainda diversos lançamentos de obras e venda de livros escolhidos, representando o que de melhor se faz nesta área a nível nacional e não só.

Desenho de modelo #13

Metamorfose

A minha lagarta já está em transformação.

As Berlengas em S. João da Madeira

Em Outubro vou participar num Encontro de Ilustração que vai decorrer em S. João da Madeira. Vou dar uma conferência sobre as experiências de desenho de campo e levo comigo a exposição das Berlengas.

Entretanto descobri que a apresentação do nosso trabalho está disponível em video no site da CM Peniche. Podem espreitá-la aqui.

Lagarta da alface

Há três dias encontrei uma lagarta na alface que trouxe da mercearia. Desde então tenho mantido a bichinha na varanda dentro de um recipiente, e dou-lhe folhas de alface que ela converte em bolinhas castanhas gelatinosas...

Aumentou bastante de tamanho e já tem cerca de 3,8 cm de comprimento. Estou curiosa para ver o que sai daqui. Entretanto espero que não me ataque as plantas da varanda. Por agora parece bastante contente com a alface.

Cursos de Ilustração Científica

Para aqueles que me têm perguntado sobre onde fazer um Curso de Ilustração Científica, aqui ficam umas dicas.

Recomendo o IAO para quem queira entrar na coisa a fundo e os restantes para quem quer só um cheirinho.

Instituto de Artes e Ofícios

Curso com Pedro Salgado com duração de um ano lectivo, duas vezes por semana.

Faculdade de Belas Artes de Lisboa

Workshop com Pedro Salgado com duração de cerca de 3 meses.

Oceanário de Lisboa

Workshop com Pedro Salgado com duração de cerca de 3 meses, dedicado à biologia marinha.

Liga para a Protecção da Natureza

Curso com Marcos Oliveira já em Outubro de 2008

Sobre o biólogo e ilustrador Pedro Salgado podem espreitar:

- Exposição 43 peixes

- Desenhos de campo da Amazónia

Salsa frisada

Ando com saudades de desenhar ervas...

Desenho de modelo #12

Os meus desenhos de modelo têm sido feitos no Atelier Ponta Seca. De momento as sessões são em Lisboa na Av. Infante Santo, às quintas-feiras das 19h às 21h. Se alguém tiver interesse em participar aqui ficam os contactos.

André Ferreira da Silva
telemóvel: 914533353
e-mail: ponta_seca@yahoo.com
morada: Av. Infante Santo n.º 56-2ºdto

Desenho de modelo #11

Estudo a cinza sobre scratchboard

Este é um pequeníssimo estudo de três centímetros e pouco, que fiz para perceber como poderia funcionar uma ilustração em três tons sobre scratchboard:

- cinza médio (aguada de tinta-da-china aplicada no início);

- preto (tinta-da-china aplicada com pincel e com aparo para fazer sombrados);

- e branco (raspado com x-acto).

Desenho de modelo #10

T-shirt para Acampamento de Artes Marciais

Foto de Nicky Yang

Na semana passada participei no acampamento de Tai Chi e Kung Fu organizado pela YMAA Portugal. Treino com esta associação há quatro anos e, enquanto, "artista", costumo ser incumbida de realizar algumas tarefas. Este ano coube-me idealizar a t-shirt do acampamento.

Pelo quarto ano consecutivo, os acampamentos de verão organizados pela YMAA Portugal, têm sido realizados na Costa da Caparica, no recinto simpático do Centro de Lazer. Aí, ao longo de quase uma semana, treinámos abrigados por vários pinheiros frondosos, sobre a relva fresca que acabámos por arruinar com os nossos passos.

Foto de Marina Palácio

Estes pinheiros mansos são uma imagem muito marcante daquele local. Decidi adoptar um deles para a decoração da t-shirt pelo facto de estas árvores já terem adquirido o estatuto de ícone para os participantes dos acampamentos.

O ponto de partida da minha ilustração foi uma fotografia da minha colega Marina Palácio. Trabalhando com papel vegetal sobre a foto impressa, pintei a árvore a pincel com tinta-da-china, com o cuidado de definir a volumetria, a textura e o comportamento da luz.

Teve de ser um trabalho rápido, devido à pouca disponibilidade que eu tinha no momento.

Após a digitalização da imagem, fiz a composição da t-shirt num software de edição de imagem. Escolhi um fundo de cor e acrescentei alguns brancos para realçar a luz sobre a copa da árvore.

A t-shirt viria a ser impressa por serigrafia. Esta técnica de estampagem usa uma matriz por cada cor, o que tem implicações no orçamento da produção. Por uma questão de economia, trabalhei apenas com duas cores - preto e branco - e escolhi uma cor para a t-shirt que contrastasse com ambas.

Pensei num verde próximo da cor do kiwi por ser alegre e remeter para as cores do local. Na prática foi impossível encontrar t-shirts desta cor disponíveis para venda, pelo que foi escolhido um verde bastante mais claro e discreto mas que não comprometeu a integridade do projecto.

Espero que este trabalho tenha ficado ao nível das expectativas dos mais de 80 participantes do acampamento.

Foto de Nicky Yang